ANTONIO VENTURA
ISBN: 9789895910274
Editora: ANCORA
Ano/Mês: 2025/10
N.º de Páginas: 149
D. João VI foi um dos monarcas portugueses mais controversos da época Contemporânea. Exerceu o poder em três períodos sucessivos. O primeiro, a partir de 1792, quando a rainha D. Maria I foi considerada incapaz de assegurar as suas funções, em que passou a governar, de facto, embora sem estatuto de regente. O segundo período, começa em 1799; perante a irreversibilidade da doença da rainha, D. João assumiu o título de Príncipe Regente. O terceiro começará do outro lado do Atlântico, após a morte de D. Maria I, em 20 de Março de 1816. Subirá então ao trono, com o nome de D. João VI. O tempo em que governou, corresponde a uma época de grandes transformações e desafios, a nível nacional e internacional, no dealbar de uma nova Europa na sequência da Revolução Francesa. Com um curto intervalo, em 1802-1803, a guerra entre a França e os seus inimigos, iniciada em 1793, prolongou-se até 1815. Portugal participou no conflito, que provocou a transferência da Família Real para o Brasil, em 1807, com todas as consequências daí decorrentes, a mais relevante das quais será a independência daquele território, em 1822. Durante os 34 anos de governação de D. João, Portugal esteve envolvido em diversos conflitos: Guerra do Rossilhão (1793-1795), Guerra das Laranjas (1801), Invasões Francesas/Guerra Peninsular, com prolongamento em território espanhol e francês (1807-1814); na América, a invasão e conquista da Guiana Francesa (1808-1809); as campanha da Cisplatina (1811-1812 e 1816-1820); em Portugal, os movimentos de contestação à Constituição, em 1822-1823,com acções bélicas em 1827, prenunciadoras da Guerra Civil. Para além das questões políticas e das influências externas, com as tentativas de afirmação de uma corrente liberal, plural e contraditória, perante a resistência absolutista, ocorreram iniciativas de modernização e de adequação do Exército Português aos novos tempos, em diversas dimensões, da organização ao recrutamento, da logística ao ensino e instrução, do fardamento à definição tática e estratégica. Sem esquecermos um local físico, que faz a ligação entre D. João VI, o Exército e a actualidade: o Palácio da Bemposta; ali viveu, antes da partida para o Brasil, ali voltou após o regresso, e ali morreu, sendo ainda cenário de alguns acontecimentos políticos, como a tentativa de golpe de Estado da Abrilada, em 1824. Nesse edifício, o marquês de Sá da Bandeira instalou, em 1851, a Escola do Exército, hoje Academia Militar. É o que procuramos transmitir neste livro, privilegiando a relação entre D. João VI e o Exército.
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