Roberto Carneiro exerceu, entre outros cargos, o de ministro da Educação. dos muitos que o foram, é dos que mais mostrou ter pensamento e, na raiz dele, alma. Por isso, deixou marca.
Este ensaio é rica evidência de muita alma e sólido pensamento. Teve como ponto de partida uma conferência, aquando da entrega do Prémio Aboim Sande Lemos - Identidade Portuguesa, em Maio de 2018. Foi, depois, muito melhorado, por aquele exigente rigor e afã da excelência que é um traço da personalidade do autor. Resultou um texto que se desfia com prazer e grande proveito. Ilustra bem como uma língua - mesmo internacional - não é só business, mas sempre uma maneira de ser, uma filosofia, a chave de uma cultura, o espelho da alma, a ferramenta da identidade.
Dá gosto fazer esta viagem com Roberto Carneiro, que convoca, para o acompanhar, grandes pensadores (Agostinho da Silva, Anthony Giddens, António José Saraiva, Pe. António Vieira, Eduardo Lourenço, Gilberto Freyre, José Gil, José Mattoso, D. Manuel Clemente, Natália Correia e Vergílio Ferreira) e ainda, para povoar o salão final, alguns dos maiores pintores da nossa alma poética: Antero de Quental, Camilo Pessanha, Cecília Meireles, Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Luís de Camões, Mia Couto, Miguel Torga, Sophia de Mello Breyner Andersen e Vinícius de Moraes.
Venha daí, ler, pensar e viajar pela nossa Língua e Identidade.
Não obstante o pendor marcadamente académico deste texto, nele são discutidas matérias fulcrais da responsabilidade civil, ao mesmo tempo que se dá a conhecer as grandes posições em torno de questões ainda dubitativas. Daí a sua pertinência para um maior esclarecimento de docentes e discentes tendo em vista a autonomização dogmática do direito da responsabilidade civil.