O texto mais importante do período medieval europeu, que definiu toda a literatura como a conhecemos hoje.
Escritos entre 1386 e 1389, os 24 textos que compõem os Contos de Cantuária foram escritos por Geoffrey Chaucer ao estilo das grandes narrativas medievais e descrevem de forma mordaz a sociedade inglesa de então.
Um conjunto de peregrinos encontra-se numa estalagem e é desafiado para um concurso de histórias que terá como prémio um almoço gratuito nesse estabelecimento aquando do seu regresso de Cantuária, para uma visita ao túmulo de São Thomas Becket. As histórias dos peregrinos constituem o retrato notável de uma sociedade ao mesmo tempo distante e próxima da nossa, permitindo diversos níveis de leitura e de interpretação. Contribuem também para a fixação das bases da narrativa moderna nos mecanismos de narração que empregam e nas estratégias e formas de estabelecer os diálogos.
A obra foi construída à semelhança do Decameron, de Boccaccio, que Chaucer terá lido aquando da sua missão diplomática em Itália, no ano de 1372. Este clássico da literatura universal inspirou óperas e adaptações ao teatro, à televisão e ao cinema, entre as quais se destacam, neste último caso, o filme realizado por Michael Powell e Emeric Pressburger - uma mistura de comédia, drama e mistério - ou ainda a película de Pier Paolo Pasolini. É também de salientar uma famosa homenagem musical feita por Sting.
A edição da E-Primatur conta com a tradução do poeta e tradutor premiado Daniel Jonas e as ilustrações de Edward Burne-Jones, preparadas para a Kelmscott Press, fundada pelo célebre escritor William Morris.