Na saúde, em Portugal, tem-se optado por sucessivas e frustradas tentativas de mera reestruturação, levadas a cabo sob a forma de navegação à vista e de curto-termismo, impostos pelas agendas políticas e com a pretensão de, assim, se combater a conjuntura depressiva, o generalizado desânimo no sector e no utente e o permanente constrangimento orçamental.
É por de mais evidente que chegou o momento de uma efectiva refundação transformacional na gestão da saúde em Portugal, pelo retorno à centralidade dos serviços e unidades estratégicas do sistema, que são, verdadeiramente, a sua base, sustento e núcleo de desenvolvimento - onde, em suma, se constrói o efectivo acrescento de valor dos activos investidos.
Os profissionais da saúde também não podem abdicar ou serem substituídos na inquestionável e pró-activa liderança desse processo.
São eles - e só eles! - que podem contrariar com eficácia o asfixiante centralismo burocrático, que não consegue ser igual e equitativamente eficaz no desenho e implementação do modelo de planeamento estratégico aplicável a todos e a cada um dos seus serviços e unidades nucleares.
Há, também, que acabar com a permanente e actual confusão entre a economia da saúde e a gestão na saúde. Assumir, responsavelmente, o princípio da subsidiariedade da gestão na saúde é exigir visão estratégica, competência, determinação, humildade e bom senso no exercício da liderança; aceitar o risco do empreendedorismo organizacional e conhecer as regras para motivar e co-responsabilizar os seus recursos humanos disponíveis.