Fundado como Teatro-Circo em 1884, e reconvertido a casino, em 1895, o Casino da Figueira da Foz completa, no actual ano de 2012, cento e vinte e oito anos. São raríssimas as casas de espectáculos, em Portugal, que tenham uma existência tão longa e são em número, ainda mais escasso, as que têm desempenhado um papel de relevo na vida económica, social e cultural das localidades onde se instalaram. Durante largas décadas, o Grande Casino Peninsular foi um dos espaços mais representativos e emblemáticos da Figueira da Foz, senão mesmo o seu símbolo distintivo como local de veraneio e estância balnear.
Desde a sua fundação, foi o epicentro de uma intensa vida social, cuja clientela, estritamente seleccionada sob o ponto de vista económico e socioprofissional, lhe conferia uma fisionomia elitista, de cunho aristocrático, que a evolução dos tempos tenderia a esbater e a democratizar.
Porém, mais do que um simples casino, ainda que privilegiado, o Peninsular assumia no imaginário de todos quantos demandavam "la mejor playa lusitana", como se podia ler em jornais espanhóis, o papel de um verdadeiro mito cultural. No final do século XIX e sobretudo no decurso da primeira metade do século XX, o banhista de bom-tom apodera-se das suas salas e salões e é neles que se reúne, conversa, ouve música, assiste a sessões cinematográficas, dança, joga e "flirta".
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Neste livro traçam-se as principais linhas de força da história do "Casino da Figueira", desde a fundação do Teatro-Circo, em 1884, até aos finais da década de setenta do século XX, mais precisamente até 1978, ano que assinala a conversão da zona de jogo temporária da Figueira da Foz, em zona permanente, e abre uma nova etapa na vida do casino.