A Guerra Civil de Espanha (1936-1993) foi um dos acontecimentos que maior influência teve na Histórica Contemporânea de Espanha, mas também de Portugal. O conflito foi interpretado por Oliveira Salazar como um assunto de carácter nacional que poderia condicionar decisivamente a sobrevivência e o futuro do Estado Novo. Desde os primeiros momentos da planificação de revolta contra o governo democrático da II República espanhola, a ditadura portuguesa apoiou o chamado Movimento Nacional, que pretendia estabelecer um regime autoritário no país vizinho. O Secretariado do Propaganda Nacional, dirigido por António Ferro, a diplomacia salazarista, muitos intelectuais e, nomeadamente, a imprensa portuguesa, controlada pelos Serviços de Censura, fizeram uma grande campanha internacional na defesa dos interesses de Franco.
Esta obra é um contributo para conhecer com detalhes qual foi a relação entre o franquismo e o salazarismo numa etapa histórica fundamental para os dois países peninsulares. Nesta investigação propõe-se uma viagem pela história dos combatentes portugueses na guerra espanhola (os "viriatos") através das crónicas da imprensa portuguesa, que deslocou ao território espanhol dezenas de jornalistas, muitos dos quais se converteram em propagandistas da causa franquista, embora houvesse honrosas excepções, como o caso especial de Mário Neves, que revelou a verdade sobre a chacina do exército franquista em Badajoz. Mas, sobretudo, este livro é um retrato da sociedade, da política e da comunicação social portuguesa numa época transcendental para a evolução de Portugal, Espanha e Europa.