O nacionalismo branco angolano foi a expressão de um sentimento colectivo de ressentimento da minoria branca de Angola em relação à dominação colonial portuguesa e, de certa forma, o produto ideológico da aspiração ao domínio económico, social e político local de determinadas fracções da burguesia colonial. Ao estudar pela primeira vez o comportamento político da população branca angolana, o seu engajamento anti-colonial e percursos autonomista e nacionalista, este livro desafia a visão historiográfica tradicional sobre o nacionalismo angolano, que consagra a luta pela independência da maioria negra, mas esquece o nacionalismo dos brancos e, até certo ponto, dos mestiços filhos de colonos. No entanto, escrever sobre um assunto tão delicado como o fenómeno nacionalista em Angola não é uma tarefa fácil, sobretudo quando conceitos como origem geográfica, raça e nacionalidade foram abusivamente sobrepostos e manipulados para justificar a legitimidade de uns e a alteridade de outros. Neste sentido, mais do que avançar conclusões, esta obra procura perspetivar outros caminhos para a compreensão da história contemporânea da Angola.