Adolfo Maria nasceu em Luanda em 1935. Cresceu observando a violência colonial sobre o povo angolano, o que o levou, desde jovem, a lutar contra o colonialismo português. A partir de 1957, foi um dos dirigentes do Cineclube de Luanda e da Sociedade Cultural de Angola onde era membro do corpo redactorial do Jornal "Cultura". Na luta política foi membro do segundo PCA angolano e do MLNA, tendo sido preso pela PIDE portuguesa em 1959. Foi redactor do jornal diário luandense ABC, em 1961.
Partiu para o exílio em 1962 para se juntar às forças nacionalistas. Em Argel foi um dos fundadores do Centro de Estudos Angolanos, em 1964. Transferido em 1969, para a segunda Região político-militar do MPLA, dirigiu a Rádio "Angola Combatente" e, temporariamente o Departamento de Informação e Propaganda. Em 1974 participou na criação de uma tendência do MPLA, chamada "Revolta Activa", que reivindicava a democratização do Movimento. Cinco meses depois da proclamação da Independência de Angola, em 13 de Abril de 1976, a direcção do País decidiu prender vários membros dessa tendência, entretanto extinta.
Adolfo Maria conseguiu esconder-se e viveu cerca de três anos em clandestinidade. Após a amnistia presidencial, em Setembro de 1978, apresentou-se e ficou em detenção. Em Janeiro de 1979 foi expulso para Portugal. Neste país, com Gentil Viana e Mário de Andrade fez parte de um Grupo de Reflexão que procurava vias para o fim da guerra civil em Angola e que fez vários contactos diplomáticos e políticos nesse sentido.
Depois dos acordos de Bicesse entre o MPLA e a UNITA, voltou livremente a Angola, em fins de 1991 e Maio de 1992, acompanhando Gentil Viana na apresentação do seu plano de convivência nacional a partidos e personalidades, tendo sido recebidos pelo presidente da República. Depois do recomeço da guerra civil renunciou a qualquer iniciativa de carácter político. Todavia forneceu testemunhos e análises publicados no livro "Angola no percurso de um nacionalista - conversas com Adolfo Maria", também para a série documental "A Guerra" da RTP e para a recolha gravada em vídeo da Associação Tchyweka sobre a luta pela independência. Tem participado em alguns colóquios com comunicações sobre África e Angola, é colaborador permanente do jornal cultural "O Chá" da Associação Chá de Kaxinde, de Luanda e faz parte do painel de comentadores do programa radiofónico "Debate Africano" da RDP África.