O final do ano de 2015 assinala-se com a saída do 6.º volume dos Cadernos de Estudos Leirienses cujo conteúdo, reunido em 502 páginas, é bem a expressão da importância que o Distrito de Leiria reveste no contexto nacional. Nas edições anteriores, foram sendo destacados temas relevantes de cada um dos concelhos em que os sucessivos Cadernos foram sendo apresentados: Leiria, Pombal, Nazaré, Alcobaça e Marinha Grande. É, agora, a vez de Porto de Mós, com 14 textos correspondentes a outros tantos assuntos deste concelho. O Coordenador Científico, Prof. Saul António Gomes, assinala assim essa ênfase:
«Porto de Mós é o concelho em destaque na presente edição dos Cadernos de Estudos Leirienses. A centralidade da Vila Forte, como a cognominou Luís de Camões (Os Lusíadas, VIII, 16), pequena pátria do heroico e lendário Dom Fuas Roupinho, "que na terra e no mar resplandece juntamente", na evocação assertiva que dele nos deixou o citado Príncipe dos Vates, no mapa da região e distrito de Leiria, é um dado histórico reconhecido. No coração dessa história está um território estratégico, compósito, serrano e de extensos planaltos e várzeas, aninhado no Maciço Calcário Estremenho, pelas Serras de Aire e de Candeeiros, espreitando o imenso oceano atlântico, por cujos caminhos e "portos" jornadearam, desde cedo, almocreves e tratantes de todas as categorias de produtos comerciais muito em especial, como o nome da terra o proclama, mós e demais pedraria necessária à construção de grandes e de pequenos monumentos. / Desvela-se ao leitor, nestas páginas, justamente, um dos mais antigos concelhos estremenhos, que conta no seu passado com importantes marcos de afirmação histórica do municipalismo português, como são as suas cartas de foral outorgadas, respetivamente, por D. Dinis, em 1305, e por D. Manuel I, em 1515, propondo-se um itinerário de leitura em torno das suas raízes arqueológicas mais remotas e também do seu passado industrial, evocando-se o labor de fábricas e moendas antigas, o pioneirismo portomosense na senda dos progressos tecnológicos e comerciais contemporâneos, observando-se a sua imprensa, a vida e morte de um dos seus famosos titulares, o Barão de Porto de Mós, e a ação em prol da cultura regional protagonizada por Francisco Furriel.»
Como pode ver-se pelo índice inserido a seguir, outros concelhos são contemplados com estudos alusivos: Nazaré, Alcobaça, Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal, Ansião e Figueiró dos Vinhos.
Segundo Saul Gomes, «os Cadernos de Estudos Leirienses confirmam, mais uma vez, o seu papel de veículo de difusão e de valorização da vida cultural de um território plural, com um passado comum, acolhendo estudos de especialidade e de erudição, como também olhares mais gerais, todos eles, todavia, partilhando saberes e descobertas motivadores que importava publicar, partilhar e legar às gerações do futuro, as quais não poderão reclamar da inexistência deste esforço maior, por parte de todos os investigadores do Presente, nas suas compleições plurais, na construção de um legado científico que lhes permita compreenderem mais aprofundadamente a natureza e as lógicas identitárias de uma região, a leiriense, em permanente (re)construção».