O Auto da Barca do Inferno, dito na primeira edição impressa, em 1518, para «contemplação da sereníssima e muito católica rainha Lianor, nossa senhora, e representado por seu mandado ao poderoso príncipe e mui alto rei Manuel, primeiro de Portugal deste nome» e qualificado nessa mesma edição como «Auto de moralidade», foi representado pela primeira vez em 1517. No início da peça, o autor «declara» (esclarece) o argumento, explicando que as almas, depois de se libertarem dos seus corpos terrestres, se dirigem a um braço de mar onde duas barcas as esperam: uma delas, conduzida por um Anjo, levará as almas ao Paraíso; a outra, tripulada pelo Diabo e pelo seu Companheiro, rumará ao Inferno