GEOPOLITICA - TRANSPORTES NO ESPACO IBERICO

O entendimento da geopolítica aceite pela própria letra do livro torna forçoso o estudo dos sistemas de transporte, ou não fossem eles primaciais no acesso e controlo dos territórios e, por consequência, multiplicadores dos espaços acessíveis ao inteligente ser bípede. Numa altura em que se afirma da ideia nova de potenciar o factor posicional português, dadas as características que a geopolítica já aponta pelo menos desde o século XI para o nosso caso, urge relembrar as constantes históricas, bem amarradas às geográficas, como significativos elementos de influência ou condicionadores das opções tomadas desde que vimos a luz como noção dita independente; cultura estratégica dos nossos tempos... Nestas matérias, o significado que expressões como «pressão da fronteira terrestre», «vantagem da posição central», «nós de comunicações», «região geopolítica», «acesso ao mar» encerram, tem que permanentemente ser trazido à colação, independentemente, da aparente abundância de mel, no caldo das relações entre os vizinhos ibéricas.

Sem a existência hodierna de pesos equilibradores da interacção ibérica, a não ser a castração emanada pela vida e instituições internacionais, com a cumulativa fragilização de «Conhecimento» em contexto europeu, que indicia o assunto «Europa» sem consideração da necessária e, já agora, voluntária coesão entre Nações, a que juntamos uma possível revalorização da «posição» de Portugal, imanente, do novo nascimento do Altas, a reflexão que agora vem a público parece rica, quer em qualidade quer em realista pertinência...qual antecâmara para futuras secas no território marcado pela contiguidade, mas isso será merecedor de outros pensamentos.

Carlos Manuel Mendes Dias