Este livro debruça-se, particularmente, sobre a grande Barragem de Cabora Bassa que, na altura da sua construção, era a 5ª maior do mundo, dominando o imponente Rio Zambeze, localizada 120 km a montante da cidade de Tete na RPM (República Popular de Moçambique), fazendo, assim, nascer um enorme lago artificial (a albufeira) com uma extensão de 270 km de comprimento e a largura máxima de 30 km. Quanto à Barragem, com 164 m de altura, levou 500.000 m3 de betão, pelo que é a maior de África!
Um dos trabalhos mais delicados e espectaculares, que se encontra descrito com bastante detalhe, consistiu no desvio dos 450 m3/segundo que é o seu caudal médio, que tanto trabalho e engenho exigiram para construir as ensecadeiras que foram dotadas por órgãos de estanqueidade (duas cortinas de estacas pranchas), cuja dificílima impermeabilização, na sua extremidade inferior no contacto com a rocha, só foi possível alcançar por intermédio de injecções de caldas de cimento especiais (primárias, binárias e terciárias), cujo êxito alcançado permitiu economizar avultadas verbas na bombagem das águas das infiltrações!
Entre outros assuntos de grande interesse, também merecem particular relevo as escavações a catedral subterrânea das chaminés de equilíbrio (figuras nº 86, 89), cujas dimensões ultrapassam o normal!...
De realçar que, na chaminé de equilíbrio Norte, ocorreu um trágico acidente que roubou a vida a 9 trabalhadores africanos (!...), também ele descrito com pormenor.
Todavia, a grandiosidade desta Barragem, entre muitas outras, é refletida nas Figuras 4 (aspecto geral da Barragem, em Dez. 1976, a descarregar cerca de 14.000 m3/segundo!) e na Figura 150, que apresenta o espectacular e pomposo aspecto da descarga duma cheia milenar de 19.056 m3/segundo!!!, assim distribuídos:
Também são referidas outras barragens, nas quais se depararam singulares casos de engenharia, de que se destacam a Barragem de Oymapinar, na Turquia, as Barragens de Pequenos Libombos, da Coruma e de Massingir na RPM (República Popular de Moçambique), e, ainda, das polémicas fundações da Doca Seca do Bahrain, na Arábia Saudita.
Depois, para atenuar tanta linguagem técnica, são relatadas saborosas vivências que tanto enriqueceram o longo caminho percorrido na minha atribulada vida, em que assume particular realce o recalcado e dramático desabafo, que comigo teve o Sr. Francisco Cruz, primeiro marido inesquecível da Amália Rodrigues (o Chico da Amália) que, num emocionante e prolongado relato, desnudou toda a paixão que os avassalou, seguida de um conflituoso e difícil divórcio!...