Uma vasta corrente de reformas, nomeadamente educativas e curriculares, anima os sistemas educativos em todo o mundo. Na sua análise, Jonnaert, Lafortune e Ettayebi , corroborando as afirmações de Braslavsky, defendem que este movimento de reformas se apoia em vários alicerces: 1) lógica de competências, 2) perspetiva socioconstrutivista, 3) focagem nos formandos e 4) importância reforçada nas situações de formação.
Neste movimento, os sistemas educativos espalhados pelo mundo redefinem-se ao reformar os seus currículos, há já mais de uma década. O estado de progresso das diferentes reformas é com frequência desigual de um sistema para outro, tanto no que se refere aos países industrializados como aos países em desenvolvimento. Para além dos enunciados de políticas educativas dos novos currículos reformados que estão, muitas vezes timidamente, em processo de implantação ou de generalização, os próprios atores da educação tentam pôr em movimento as suas escolas e as suas unidades administrativas.
Numerosas iniciativas individuais ou coletivas são testemunhas do engenho didático e pedagógico de professores e de conselheiros pedagógicos, bem como da criatividade dos gestores dos estabelecimentos de ensino. Estes não esperam pelas reformas para atuar, de tal modo estão empenhados no desenvolvimento e no sucesso dos alunos ou estudantes.
Foi neste contexto de tensão, ou mesmo de distância, entre as propostas das reformas curriculares e as práticas das escolas no terreno que os membros da Cátedra UNESCO de desenvolvimento curricular (CUDC), antes Observatório das Reformas em Educação (Observatoire des réformes en éducation) da UQAM (ORÉ-UQAM), organizaram um colóquio internacional que reúne diferentes intervenientes provenientes de diversos meios de educação: professores, conselheiros pedagógicos, gestores escolares e parceiros sociais de diversos meios de educação.
Esta obra coletiva dá conta de uma parte dos debates realizados, das questões levantadas e das perspetivas apresentadas por perto de uma vintena de intervenientes que participaram no colóquio Escola em movimento e reformas: implicações, desafios e perspetivas — Ponto da situação e questões curriculares.
Os textos da obra estão organizados e são apresentados segundo um continuum, que vai de textos cujo conteúdo tem um alcance mais geral até àqueles que abordam temáticas específicas de um determinado contexto. Assim, os textos apresentados no início da obra tratam de desafios globais relativos às tendências curriculares internacionais, enquanto os últimos textos estão sobretudo centrados em aspetos específicos como, por exemplo, o lugar preponderante das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) nas inovações pedagógicas que caracterizam as escolas em movimento, a redefinição dos papéis dos intervenientes implicados nas alterações educativas.
Em suma, os diferentes autores inspiram-se em variadas fontes e apresentam a sua própria perspetiva das implicações, dos desafios e das perspetivas das diferentes reformas curriculares em curso no mundo.