«Neste ensaio, "NÓS: Humanos e Não-Humanos, temos a possibilidade de adquirir diversos sobre a senciência dos animais não-humanos do ponto de vista científico, mas também da vivência humana no seu elo complexo - e ainda tão pouco escrutinado - das relações afetivas de humanos e não-humanos.
Até onde estamos dispostos a sentir? Quais as limitações que encontramos na relação humanos-não-humanos, que impedem que sejamos mais compassivos com todos os animais? As relações afetivas e mesmo sociais que se constroem com animais são menos ou mais importantes do que as que construímos entre humanos?
Saber mais sobre as relações humanos-não-humanos é aprofundar os conhecimentos sobre a própria essência humana. Conhecer o que nos liga emocionalmente aos animais é entender a nossa essência enquanto sociedade humana e as nossas limitações enquanto animais - racionais.»
in Prefácio de Sandra Duarte Cardoso (Presidente de SOS Animal - Portugal)
«Preservar a natureza não é apenas proteger os tigres, pandas, baleias e animais de que gostamos. É muito mais: não pode haver um futuro saudável e próspero para os homens num planeta com o clima destabilizado, oceanos sujos, solos degradados e matas vazias, um planeta despojado da sua biodiversidade. O futuro das espécies não parece chamar a atenção suficiente dos líderes mundiais. Somos a primeira geração que tem uma visão clara do valor da natureza e do nosso impacto nela. Poderemos também ser a última capaz de inverter esta tendência. É um momento decisivo na história. Uma porta sem precedentes que se fechará depressa.»
in World Wide Fund for Nature / WWF (Relatório 2018)
«O campo da pesquisa sobre a consciência está a evoluir rapidamente. Têm-se desenvolvido inúmeras novas técnicas e estratégias para a pesquisa com animais humanos e não humanos. O peso das evidências indica que os humanos não são os únicos a possuir os substratos neurológicos que geram a consciência. Animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e as aves, e muitas outras criaturas, incluindo polvos, também possuem esses substratos neurológicos.»
in Declaração de Cambridge sobre a Consciência Animal (07.07.2012)
«O estatuto jurídico dos animais, publicado em 2017, veio estabelecer um novo regime legal onde os animais são definidos como "seres vivos dotados de sensibilidade" objeto de proteção jurídica, ganhando assim autonomia jurídica face a seres humanos e coisas.
O proprietário de um animal deve assegurar o seu bem-estar e respeitar as características de cada espécie e observar, no exercício dos seus direitos, as disposições especiais relativas à criação, reprodução, detenção e proteção dos animais e à salvaguarda de espécies em risco, sempre que exigíveis.
O direito de propriedade de um animal não abrange a possibilidade de, sem motivo legítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus-tratos que resultem em sofrimento injustificado, abandono ou morte.»
in Estatuto Jurídico dos Animais (Lei nº 8/2017, 03-03-2017)