Sob a forma de breves evocações, Henri Lefebvre (1959, Salon-de-Provence) elabora uma extraordinária lista de obras desaparecidas, destruídas, inacabadas, esquecidas ou nunca realizadas, que ressoa como um eco da história da criação e do pensamento humanos.
As Peças que Faltam é um texto encantatório, um catálogo daquilo que foi perdido ao longo do tempo e o que em alguns casos nunca existiu. Através de uma longa cadeia de citações breves e lacónicas, Henri Lefebvre (1959, Salon-de-Provence, França) evoca a história do que já não é e do que nunca foi: as obras de arte, filmes, guiões, negativos, poemas, sinfonias, edifícios, cartas, conceitos, e vidas que não podem já ser vistas, ouvidas, lidas, habitadas ou conhecidas. É uma vanitas literária, de certo modo, mas uma que confere qualidades quase míticas às criações enigmáticas que conta — em vez de nos relembrar da morte que habita tudo o que os humanos criam.