Numa caótica cidade indiana em acelerada expansão, três amigos aventuram-se pelos mais perigosos cantos e recantos para descobrirem o paradeiro de um colega de turma desaparecido...
Para lá das ruelas de um mercado a abarrotar de pessoas, cães e riquexós, passando por barracas que cheiram a cardamomo e a óleo a ferver, sob um céu coberto de nevoeiro poluído que não deixa passar um raio de sol que seja, e percorrido o trajeto até à última estação da linha púrpura, ergue-se um confuso aglomerado de casas com telhado de chapa onde o menino Jai, de nove anos, vive com a família. da entrada, Jai distingue as cintilantes luzes dos arranha-céus luxuosos da cidade e, embora a mãe trabalhe aí como criada, aos seus olhos os edifícios parecem estar a mil quilómetros de distância.
A Patrulha da Linha Púrpura leva o leitor aos mais obscuros e misteriosos meandros deste bairro, dando a ver o desenrolar de uma tragédia através dos olhos de uma criança que, pela primeira vez, entra perigosamente em choque com o injusto e complexo mundo que se estende para lá do seu universo familiar.
Jai baba-se sempre que passa por uma loja de doces, passa demasiado tempo a ver programas de televisão sobre casos policiais e considera-se mais esperto do que os amigos Pari, apesar de ela ter melhores notas, e Faiz, apesar de ele ter um emprego a sério. Quando um colega de turma desaparece, Jai decide fazer uso das técnicas detetivescas que aprendeu na televisão para o encontrar. Convida Pari e a Faiz para seus assistentes e, juntos, elaboram listas de pessoas a entrevistar e locais a visitar.
Mas o que a princípio parece não ser mais do que um jogo, depressa adquire contornos sinistros, com a multiplicação do número de crianças desaparecidas do bairro onde vivem. Jai, Pari e Faiz veem-se então confrontados com pais apavorados, uma força policial indiferente e rumores sobre génios que roubam a alma às pessoas. à medida que os desaparecimentos se aproximam de casa, as vidas de Jai e dos seus amigos nunca mais será a mesma.
Inspirado em casos reais e numa vaga de desaparecimentos que assola as regiões metropolitanas da Índia, A Patrulha da Linha Púrpura é extraordinariamente comovente e foi escrito de forma irrepreensível. É também uma notável obra de suspense. Retrata com precisão a ternura, a resiliência e a bravura tremendas que podem emergir em tempos conturbados e transporta o leitor para uma comunidade que, uma vez conhecida, nunca mais será esquecida.