Agosto de 1936. França. É a época da Frente Popular, a felicidade das primeiras férias pagas. 15 dias sem fazer nada, como resmungavam os patrões! Mas desse por onde desse, eram 15 dias de lazer. E Mattéo, Paulin, Amélie e Augustin partem de carro a caminho das primeiras férias oficiais, em direcção ao mar, a Sul. Para grande desgosto da sua mãe, uma rezingona de primeira, há muito tempo que Mattéo não punha os pés em Collioure. Não sabe o que aconteceu a Juliette, nem sequer que tem um filho, Louis…
À alegria dos banhos no mar, soma-se a dos piqueniques, dos postais, dos bailes populares… Tudo parece possível, até o melhor! No entanto, do outro lado dos Pirenéus, numa Espanha muito próxima, o barulho e o furor da Guerra Civil fazem-se ouvir cada vez mais alto. Os legalistas enfrentam, desde 17 de Julho, a insurreição levada a cabo pelo General Franco.
E se Paulin, a quem Mattéo lê diariamente o L’Humanité, fica furioso quando o gabinete de Léon Blum decreta o embargo às armas que se destinam aos Republicanos - trata-se de um pacto de não intervenção que é assinado pelas grandes potências europeias - Mattéo parece totalmente indiferente a tudo isso, preferindo ler as páginas da Volta à França, que está a acabar. O tempo que passou na Rússia e no degredo destruíram a sua vertente militante e socialmente comprometida.
Mas deixará este filho de anarquista espanhol de ficar insensível aos gritos da pátria do seu pai?