Torna-se impossível determinar quando é que o Homem começou, consciente ou inconscientemente, a combater as doenças, ainda que se possa supor que o seu aparecimento e as tentativas de impedir ou lutar contra os diferentes doenças que o atingiam, fossem contemporâneos.
No entanto, os primeiros registos conhecidos dessa luta remontam à pré-história, ainda que seja lícito presumir que a maioria das doenças que atingem o Homem exista desde a formação do mundo.
Contudo, os primeiros registos conhecidos de lesões sofridas pelo Homem são as encontradas nos desenhos e gravações feitas nas paredes das cavernas, onde são reconhecidas fracturas, tumores e actuações visando a sua cura.
Os inícios das actuações curativas ficaram a dever-se a ritos de curandeiros e feiticeiros e a práticas de cariz pseudo-religioso, sendo a partir destas, e mais tarde dos sacerdotes e seus escritos, que se verificou a evolução lenta, mas progressiva, da Medicina. Os progressos conseguidos, na China, Índia, Arábia e Europa no decurso de milénios, assim como a sua interpertação e divulgação ficaram a dever-se a figuras de vulto de que são exemplo Hipócrates, Galeno, Maimonides, Rhazes Avicena, Celsus. A estas grandes figuras da história da Medicina outras se seguiram até à actualidade, como Paracelso, William Harvey, Malpigui, Laennec, Virchow, Roentgen, Ehrlich e Fleming, entre muitos outros.
Portugal também deu a sua quota parte para o progresso da Medicina e, entre as suas figuras mais salientes, são de referir Zacuto Luzitano, Garcia de Orta, Ribeiro Sanches e Egas Moniz.
No entanto, muitas outras personalidades da Medicina e Cirurgia Portuguesa não devem nem podem ser esquecidas, pelas sua invulgares e/ou notáveis vidas. Muitos merecem ser recordados pela sua vida médica mas muitos outros notabilizaram-se na arte, na política, na literatura, na pintura, etc.
Assim, este trabalho tem por finalidade registar os aspectos mais notórios e conhecidos de cerca de 600 médicos que são considerados importantes na História da Medicina e Cirurgia Portuguesa desde o início de Portugal como país independente, já há cerca de 900 anos, e que tiveram alguma acção considerada relevante e tiveram o merecimento de, para sempre, serem recordados.
Alfredo de Magalhães; Arsénio Cordeiro; Celestino da Costa; Bissaya Barreto; Corino de Andrade; Ducla Soares; Egas Moniz; Elysio de Moura; Falcão de Freitas; Fernando Namora; Garcia de Orta; Hernâni Monteiro; Mário Botas; Miguel Torga; Pedro Hispano; Ribeiro Sanches; Robalo Cordeiro; Thomé Villar; Zacuto Lusitano.
Texto de apresentação e livro escritos ao abrigo da antiga ortografia.