Um livro forte com passagens pelo último conflito ultramarino. É uma denúncia de políticos incompetentes que levaram os seus povos para lutas fratricidas. Uma reflexão profunda de um ser humano que retrata situações muito complexas do último conflito ultramarino mas igualmente das mais recentes missões das FA portuguesas em missão no estrangeiro.
Começo com um aviso - atenção, o livro que vão ler tem relatos e vivências arrepiantes. Frequentemente, ao longo da sua leitura, senti um frio desconfortável no estômago, noutras arrepios de pura emoção e até olhos húmidos de comoção sentida. É dos raros livros que se lêem dum só fôlego, juntando sequências brutais e outras de grande ternura e delicadeza, transportando o leitor na faixa em que a realidade e o sonho, por vezes o pesadelo, se tocam. É, ainda, uma denúncia. Acusação aos políticos venais e incompetentes e seus lacaios corruptos que, com leviandade, arrastaram populações, até aí pacíficas, para lutas cruentas que ainda se arrastam. É também um hino ao amor filial, uma homenagem sentida e única ao valoroso Militar que foi seu pai, o capitão Paraquedista Tinoco de Faria, caído, gloriosamente, pela Pátria, na Guiné Portuguesa e a sua Mãe que fez parte da legião imensa das mulheres que, durante a Guerra do Ultramar, sofreram em silêncio, com dignidade e inexcedível abnegação, as agruras que uma luta cruel impunha a suas famílias.