Toda a arte é abstracta, na medida em que se articula com o mundo e os aspectos abstractos deste para nos apresentar um objecto ou um acontecimento que realce ou esclareça a percepção que temos dele. A evolução da arte, da representação para a abstracção, decorreu em alguns aspectos, de modo paralelo à moderna busca de Wittgenstein por um novo tipo de verdade. Tudo o que está em causa inclui a natureza e a sociedade, o habitat construído, as estruturas da religião, da arte e da ciência e todos os actos e pensamentos maravilhosos e mundanos, emoções, especulações e fantasias que compõem uma cultura humana complexa. Desde os primórdios do século XX, e mais do que em qualquer outra época a partir do Renascimento, os pintores e escultores educados nas tradições artísticas europeias, procuraram de forma consciente, vias radicalmente distintas para representar a vivência que tinham do mundo. Criaram uma arte reveladora de aspectos da realidade que pareciam inacessíveis às técnicas e às convenções da arte figurativa. De repente, o grande e duradouro conceito de que a pintura e a escultura podiam descrever a realidade do mundo através da imitação esclarecedora ou através da representação ilusória de fenómenos naturais, foi posto em causa.
Desde o Pós-Impressionismo ao Dadaísmo e ao Surrealismo, incluindo o Cubismo, a Pop-Art, a Arte Abstracta, o Realismo ou o Minimalismo, esta obra analisa o que um elevado número de artistas do século XX criou como resposta à grande ordem modernista ""Façam algo de novo!"".
As mais conceituadas reproduções de ilustres artistas, como Cézanne, Van Gogh, Dali, Picasso, Magritte, Andy Warhol, são apresentadas nesta colecção - «Movimentos de Arte Contemporânea» – editada em conjunto com a Tate Gallery, um museu de referência no panorama da arte contemporânea mundial.