«Filho da PIDE retrata o mal que a polícia política de uma ditadura fez aos portugueses de forma duradoura, e até genética. Através de diversas personagens aparentemente sem qualquer ligação entre si e de episódios em períodos temporais diferentes, mas com destaque central no ano de 1967, Paulo Pereira aborda de maneira complexa, empática e inteligente mulheres e homens contraditórios e misteriosos marcados pela História portuguesa recente. Sem recorrer a ajustes de contas, mas também sem qualquer indulgência, o autor confronta eticamente os leitores com escolhas por vezes sem escolha, num livro que se lê como um thriller de suspense de forma ávida para desvendar o mistério que é a vida dos seres humanos.»
Irene Flunser Pimentel
«Com Filho da PIDE estamos perante um livro à these que, em modo literário e romanesco, se compromete na explicação da vida de uma agente da PIDE e das suas vítimas - os presos João Balseiro e Maria da Luz -, ao mesmo tempo que capta uma galeria vasta de próximos familiares de que Filomena, a agente, se serve de forma egoísta e pérfida: o filho Carlos, a quem escreve cartas de justificação, o marido Amadeu que enganou até à morte e o cunhado, Joaquim, que odeia por ter fugido à guerra e se ter refugiado em Paris.
Nenhuma abordagem histórica seria capaz de ligar - como faz a Literatura, num único romance -, todas as dimensões de atuação da PIDE…»
Luís Farinha