A prevenção dos abusos de substâncias psicoactivas é desde há décadas apresentada como uma prioridade política. Motiva campanhas públicas de informação e grande número de acções a que se chama prevenção. Contudo, jamais o consumo de drogas - lícitas ou ilícitas - foi tão difundido. E, paralelamente, a confusão reina tanto nas ideias como nas acções.
Perante um tal resultado, duas necessidades se impõem: uma interrogação quanto às razões deste desaire e a abertura a novas pistas, de modo a tornar a prevenção mais coerente e eficaz. Esta obra quer contribuir para isso, questionando os fundamentos éticos de uma acção que visa impedir ou controlar os comportamentos dos indivíduos para alterar os seus próprios estados de consciência, e ao mesmo tempo analisar os diversos modelos e métodos de intervenção. Esta síntese original permite lançar as bases de uma abordagem transdisciplinar, que integra nomeadamente a dimensão social, muitas vezes reduzida em proveito dos aspectos psicopatológicos. O objectivo é pragmático: propor um guia a todos os que não se satisfazem com os lugares-comuns sobre "a droga e a toxicomania" e que desejem implicar-se seriamente na prevenção - profissionais ou simples cidadãos - a fim de reflectir e agir sem repetir erros de um passado ainda presente, mas apoiando-se em abordagens mais inovadoras.