O divertidíssimo clássico de Boris Vian sobre um outro desconfinamento.
Publicado em 1947, Vercoquin e o Plâncton é o primeiro romance de Boris Vian. Obra eufórica que recupera as surprise parties que se tinham popularizado em Paris, em meados da década de 40, quando a população se vê finalmente liberta da ocupação nazi e dos meses de tensão do final da guerra.
As surprise parties consistiam numa espécie de assaltos de carnaval em que um grupo de pessoas, mais ou menos conhecidas entre si, se encontravam nas ruas ou nos cafés e decidiam organizar uma festa na casa de alguém mais ou menos conhecido no meio (sem que esta pessoa soubesse). Levavam discos de jazz, dançavam e foliavam.
É neste ambiente que conhecemos o Major, personagem transversal nas obras de Boris Vian, e também Vercoquin, que dá o título ao livro.
Numa primeira festa, o Major conhece a jovem e bela Zizanie; na segunda, ficam noivos. Entre as duas festas o Major desenvolve uma estratégia complicada e divertida para conseguir a autorização do tio de Zizanie, seu tutor, para aceitar a relação.
Uma obra única de uma das vozes mais originais da literatura francesa do século xx. Nela se desenha o mapa das relações sociais num ambiente de euforia, quando os rigores e os filtros hierárquicos de uma sociedade «bem» se aproximam de um constante vaudeville social, em que a expressão da alegria e da liberdade são o objectivo maior.
O leitor habitual de Boris Vian irá encontrar diálogos fabulosos, uma crítica social marcante, o surrealismo explosivo do confronto social num fogo de artifício literário notável e pleno de bom humor (algumas vezes bem negro) e muito, muito jazz...
«Vian escreveu com a voz do século xx, Vian trouxe a novidade e a modernidade às letras francesas, à sua música, ao seu teatro e não teve igual.» Serge Gainsbourg